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25 de Abril de 2024

Projeto Lei 5.479/13, a polêmica sobre a regulamentação da atividade de Paralegal

Trazendo ao mercado de trabalho os bacharéis de direito que não conseguiram alcançar a aprovação no exame da ordem.

há 10 anos

É uma divisão de opiniões e de interessados, que de um lado se encontra os profissionais que conseguiram sua aprovação, superando suas expectativas que já começam desde seu primeiro semestre na faculdade, se acostumando a ouvir a frase: “Fazer direito é fácil, quero ver passar na prova da OAB”. Deixando bem claro, qual é o grau de dificuldade do estudante que é torturado emocional e psicologicamente a partir do momento que resolve se matricular no curso.

Ocorre que, muito diferente do que todos pensam a grande maioria das instituições de ensino que oferecem esse curso, não estão nem um pouco preocupadas com a aprovação do aluno lá na frente, para se tornarem um bom profissional, estão realmente preocupados com números e lucros.

De outro lado, verificamos a falta de fiscalização das partes interessadas num curso de qualidade, que não se preocupam, pois, na maioria dos casos, realmente não querem saber de concorrência, então quanto menos profissionais aprovados e qualificados, melhor para os que tiveram oportunidade de se qualificar estudando em uma instituição de primeira linha.

Cabe ressaltar, que o aluno que estuda em uma universidade que não é de primeira linha, são excluídos do mercado de trabalho, já no processo seletivo para estágio e até mesmo para vagas de paralegais, apenas por citarem o nome da faculdade que estudam, nem tem a chance de provar que é um bom aluno ou um profissional que se dedicou.

Nesta esteira, agora surgiu à discussão trazida pelo projeto de lei acima, em torno da má qualidade dos cursos oferecidos pelas instituições particulares e da responsabilidade em formar profissionais que não alcançaram a aprovação sem habilitação para desenvolver a profissão que almejaram.

Onde fica a responsabilidade daqueles que deveriam fiscalizar esses cursos que acabou se tornando um verdadeiro comércio, que em muitos casos, não passam de mero estelionato intelectual?

Agora para tentar dar uma amenizada, criaram o projeto de Lei 5.479\13, que regulamenta a atividade de Paralegal, como uma espécie de prêmio de consolação aos que não conseguiram alcançar a tão almejada aprovação na prova da ordem, dividindo opiniões, daqueles que sabem como andam os níveis dos cursos e a má qualidade, e de outro, os que não foram aprovados e ficam de mãos atadas com um diploma embaixo do braço, se sentindo excluído e até mesmo envergonhado de ter sido tão enganado na faculdade.

O que a maioria das pessoas desconhece, é que, a prova da OAB, não cobra do aluno exatamente aquilo que o aluno passou cinco anos estudando, pois, o aluno deveria ser preparado e direcionado pela instituição de ensino, para que ao término de sua graduação fosse aprovado e assim habilitado para atuar como advogado.

É de rigor, destacar, a decepção do ex-aluno de direito que faz cursinho para realizar a prova da ordem, se sente envergonhado e se sente enganado durante o período da graduação, pois, ele consegue aprender no período entre 2 a 6 meses no cursinho o que não aprendeu em cinco anos de faculdade.

Por que será que isso ocorre? A maioria dos profissionais que se dedicaram e alcançaram resultado satisfatório na prova, não concordam com tal projeto, e tem sua razão de ser, pois, de quem é a culpa da falta de fiscalização diante da vergonha que se tornaram os cursos que estão sendo oferecidos?

Vejamos a opinião do presidente da OAB:

“Para o presidente da OAB, no entanto, a regulamentação dos paralegais representa um retrocesso na garantia da Justiça efetiva para os cidadãos brasileiros. Coêlho ressalta que diversas áreas do Judiciário contam com profissionais concursados e, portanto, capacitados para desempenhar suas funções. Para ele, o Exame de Ordem é essencial para garantir a qualidade do serviço dos advogados e equilibrar as forças no Judiciário. (grifo nosso)

Fonte: http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/72723/regulamentação+dos+paralegais+e+jeitinho+p...

De outro, está o aluno que investiu seu tempo e dinheiro, deixando sua vida pessoal de lado para se dedicar exclusivamente aos estudos, para que ao final pudesse desempenhar a atividade e atuar na área profissional escolhida.

É óbvio que este, com certeza, encontrou nesse projeto uma esperança para poder desempenhar a atividade, contudo temos que ter cuidado, pois com a aprovação dessa lei, fica claro que, independente da aprovação no exame de ordem, o bacharel poderá desempenhar a atividade normalmente, então qual vai ser o futuro desse curso e dos profissionais que virão a partir da aprovação dessa lei.

Se hoje se empenhando para serem aprovados, a maioria fica de fora, imaginem como vai ser a partir do momento em que não fará diferença ser ou não aprovado na ordem para atuar, isso seria uma forma de apagar a obrigatoriedade do exame já que várias tentativas foram frustradas em excluir tal obrigatoriedade.

É bom tomarmos muito cuidado com a avaliação que faremos diante dessa regulamentação, pois, é de imaginar qual será o futuro que nos aguarda.

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5 Comentários

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Entre essas e outras, os advogados continuam ganhando um salário vergonhoso! continuar lendo

Acho interessante as criticas e comentarios sobre as provas da OAB para se tornar advogados. Em principio acho que alguma coisa está errado, pois muitos criticaram o projeto dos paralegais dizendo ser a criação de uma segunda classe desses profissionais. a meu ver já existem várias classes de advogados, 1ª,2ª,3ª e 4ª categoria. Estou dizendo de competência. Tenho lidado com tantos advogados, analisado defesas em processos administrativos, mandado de segurança, e mesmo na lida pessoal e vejo que advogado tem que especializar, caso contrario seriam todos incompetentes e de 4ª classe. A prova da OAB é uma miscelania do direito e que não vai medir competência nunca de ninguém. Está cheio de bachareis em direito que já são especialistas e competentes por contingencia de situação e que não foram aprovados numa prova onde se aborda as várias áreas do direito. Está na hora da OAB, ou o Ministério da Educação mudarem tanto na forma de preparação do bacharel fazendo com que ele preste exames na OAB já em sua área de especialização já advinda da academia. Assim seria mais real o aferimento da aptidão desse profissional. Preferencialmente que esse exame saísse da responsabilidade da OAB e seja assumido por órgão do Ministério da Educação. continuar lendo

tem bacharel que faz petições melhores que advogados com a carteira da OAB, nesse sentido atuando na área também é uma forma de estudar, e qual bacharel não gostaria de obter a carteira da OAB? Os Paralegais, jamais vão desistir de passar no exame de ordem. mesmo com a aprovação dessa Lei, torço por ele. continuar lendo

Sempre temos os dois lados da moeda.

Como em todas as profissões, existem os bons e os ruins, cabe ressaltar, que o projeto tem seu valor se pararmos para refletir no descaso que ocorre com os cursos, pois, será uma forma de forçar os interessados com a continuidade da obrigatoriedade da aprovação no exame de ordem em fiscalizá-los para que sejam de melhor qualidade e ofereçam aos estudantes um curso digno e justificando a continuidade da aprovação para ser habilitado ao trabalho. continuar lendo